Uma cidade é principalmente sua gente
A vizinhança, o comércio de rua, as pessoas que prestam serviços e abrem seus locais de trabalho com um largo sorriso na face são a expressão mais intensa de que a vida na cidade vale a pena.
Esta senhora aí acima tem um salão de beleza no bairro Serra. Fotografei-a em 2017. Nunca mais esqueci do seu rosto e da sua conversa doce. Gente que movimenta os espaços públicos, que mistura moradia e trabalho. Assim deve ser uma cidade. Não me lembro mais do seu nome, mas sei que ela faz da cidade um lugar mais bonito. O convívio, mesmo que superficial, com os nossos vizinhos, que como disse Jaime Lerner, são nossos parentes por parte de rua, criam vínculos poderosos, o ser humano precisa deles para melhor existir.
A importância da mescla urbana
“As cidades mais amadas do mundo são as que podemos sentar para tomar um café e ver toda gente passar. Só se muda o mundo começando pelo bem estar da sua casa e daí para a cidade que o envolve. Querer mudar uma nação é lidar com a impotência. Fortalecer e criar boas políticas de cuidado da prefeitura, que é o dinheiro público, do povo, para as areas de saúde, educação, lazer, segurança, moradia, transporte público, é fortalecer uma vida saudável, ensinar aos filhos que podemos influir no mundo próximo de nós. A indignação está muito presente, mas deixa o fluxo de energia interno estagnado. Poder se refazer na própria cidade do estresse diário é ter areas que permitam boas caminhadas, mesmo que elas sejam feitas em direção ao trabalho, com calçadas bem cuidadas, com equipes que pensam uma cidade melhor para se viver.
Foto ilustrativa do livro Cidades para pessoas, do urbanista dinamarquês, Jan Gehl
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